4 de maio de 2015

A GUERRA “NO CÉU" E A "EXPULSÃO" DOS SATÃS DALI

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UMA PARTICULAR linguagem figurada presente nas Escrituras, o enaltecimento de uma pessoa à uma posição de favor é comparada com tal pessoa ser “levada ao céu” ou “aos céus” onde, ali, passa a ser comparada a uma estrela. De fato usamos uma expressão coloquial onde, quando se quer elogiar ou promover alguém, diz-se em coloca-la ‘nas alturas’.1 Concordemente, quando é o oposto disso que ocorre, quando tal pessoa é humilhada — ou que esteja prestes a isso — diz-se que sua derrota ou queda de uma alta posição será como que um ‘lançamento para baixo’; como que ‘uma queda do céu’.2 Em sua predição da queda do orgulhoso e arrogante rei Nabucodonosor, de Babilônia, o profeta Isaías usou esta alegoria:

“Como você caiu do céu, ó brilhante, filho da aurora! [...] Você disse no seu coração: ‘Subirei aos céus. Elevarei o meu trono acima das estrelas dos Deuses e me sentarei no monte de reunião, nas partes mais distantes do norte. Subirei acima das nuvens; eu me tornarei semelhante aos Altíssimos.’ Mas é na sepultura que você será lançado, nas partes mais profundas da cova.” — Isaías 14:12-15.

   Jesus também usou uma linguagem similar ao falar sobre a cidade de Cafarnaum, que ele tinha escolhido como sua moradia e onde ele tinha executado muitos de seus milagres. (Veja Mateus 4:13-16.) Esta, porém, não haveria de ser uma razão para a cidade se orgulhar: “E tu, Cafarnaum, serás por acaso enaltecida ao céu?”, perguntou ele. “Até a sepultura tu descerás!”, respondeu, conforme registrado pelo evangelista Lucas. — Lucas 10:15.

   Outro exemplo deste modo de discursar é encontrado nos versículos subsequentes do mesmo evangelho, onde se menciona o retorno alegre dos setenta discípulos enviados ao campo por Cristo. Disseram eles todos: “Senhor, até mesmo os demônios nos obedecem pelo uso do teu nome.” O alegre relatório deles foi evidentemente devido ao seu sucesso em expulsar das pessoas possessas e enfermas os demônios, graças ao poder que lhes foi conferido por Jesus ao enviá-los. (Lucas 10:1, 17) Jesus disse então: “Vejo os Satãs já caídos como relâmpago do céu.” — Lucas 10:18.

DE QUE MODO SE CONCRETIZA A QUEDA DOS SATÃS DOS CÉUS E O QUE ERAM ESTES?
   Evidentemente Jesus não quis dizer que viu os Satãs caindo literalmente do céu. Em vez disso, sua declaração expressou vividamente a excitação que ele sentiu diante do relatório vitorioso dos discípulos, pois ele sabia que o ministério bem-sucedido deles (assim como o Seu próprio) pressagiava a iminente queda de todos os Satãs de sua posição de poder. — Compare com Atos 26:18.

   Similarmente, tanto a morte, a ressurreição e exaltação de Jesus Cristo juntos aos Deuses significariam uma derrota decisiva para todos os perversos Deuses iníquos — o Deus Gadrel e sua turma de Deuses Opositores dos Deuses santos Jeová — é também indicado pelo que Jesus disse aos de uma grande multidão que o aclamavam qual Salvador, logo que entrou triunfantemente em Jerusalém, apenas alguns dias antes de sua morte: “Agora há um julgamento deste mundo; agora será lançado fora o governante deste mundo.” — João 12:31.

   Evidentemente é esta vitória sobre o Satã Gadrel e seus Deuses-Mensageiros que é descrita num cenário simbólico apresentado em Apocalipse 12:1-12. Ali se relata uma visão dada ao apóstolo João onde ele viu “no céu” uma mulher grávida. Disse João que ela estava “vestida do sol e [tinha] a lua debaixo dos seus pés, e na sua cabeça havia uma coroa de doze estrelas”. Um grande dragão com sete cabeças, identificado depois como “a serpente original, o chamado Diabo e Satanás”, também foi visto como “sinal no céu”. Depois de ‘ter arrastado um terço das estrelas do céu para a terra’, ele se posicionou diante da mulher, pronto a devorar seu filho. A mulher “deu à luz um filho, um varão, que há de pastorear todas as nações com vara de ferro. E o filho dela foi arrebatado para os Deuses e para o seu trono.” — Apocalipse 12:1-5.

QUANDO REALMENTE NASCEU O REINO E QUE QUESTÕES SE LANÇA SOBRE A DATA DE 1914 E SOBRE OS QUE DELA DEPENDE?
   Não é possível que isso represente o estabelecimento do reino de Cristo no céu em 1914, como defende os do Corpo dos Governantes desde a organização Torre de Vigia.3 Como poderia o Reino de Cristo estar tão frágil em 1914, a ponto de correr o risco de ser devorado pelos Satãs, tendo de ser “arrebatado” das mandíbulas deles para o trono dos Deuses? Esta ideia está no mais gritante contraste com o ensino das Escrituras, mais especificamente nas Escrituras Gregas cristãs, que, segundo elas, desde sua ressurreição, Cristo está de posse de “toda a autoridade no céu e na terra” e está exaltado “muito acima de todo governo, e autoridade, e poder”. — Mateus 28:18; Efésios 1:21.

   Houve apenas uma vez em que Jesus Cristo esteve evidentemente em uma situação tão vulnerável que Gadrel, o Deus-Satã, achou que poderia “devorá-lo”, e isso aconteceu durante a vida terrestre dele. Foi durante este período que os Satãs tentaram frustrar o “nascimento” de Cristo como rei do mundo. Desde os infanticídios em Belém até a execução final dele sob Pôncio Pilatos, Jesus foi seu alvo principal. Todavia, nem Gadrel nem seus demais comandados Deuses foram bem-sucedidos, pois Cristo foi ressuscitado e “arrebatado para os Deuses e para o seu trono” em 33 EC.

   Conforme já se observou muitas vezes, a apresentação da entronização de Cristo como um “nascimento” em Apocalipse 12:5 é uma alusão ao Salmo 2:6-9, onde foi registrado um decreto pronunciado por um dos Deuses santos Jeová. Segundo a TNM-Revisada diz ali:

“‘Eu mesmo empossei o meu rei em Sião, meu santo monte.’ Proclamarei o decreto de Jeová; ele me disse: ‘Você é meu filho; hoje eu me tornei seu pai. Peça-me, e eu lhe darei nações como herança e os confins da terra como sua propriedade. Você as quebrará com um cetro de ferro, e as despedaçará como a um vaso de barro.”

   Os escritores cristãos aplicaram repetidamente este salmo à exaltação de Cristo à direita dos Deuses em 33 EC, não depois disso, não em 1914 EC ou noutra data tão tardia. (Atos 4:25-28; 13:32-33; Romanos 1:4; Hebreus 1:5; 5:5)4 Da mesma forma que Apocalipse 12:5, este salmo messiânico também fala de Cristo como tendo recebido o poder para quebrantar as nações “com um cetro de ferro”, e isso, evidentemente, aconteceu também em 33 EC.5

   Em Apocalipse 12:7-12, outro cenário “no céu” é apresentado a João, um cenário de guerra: “[O Deus de Deuses, ou Arcanjo] Miguel e os seus Deuses-Mensageiros batalhavam com o dragão, e o dragão e os seus Deuses-Satãs batalhavam” com eles. A batalha terminou com uma completa derrota para todos estes Satãs, veja: “Assim foi lançado para baixo o grande dragão, a serpente original, o chamado Diabo e Satanás, que está desencaminhando toda a terra habitada; ele foi lançado para baixo, à terra, e os seus anjos [ou Deuses-Satãs] foram lançados para baixo junto com ele. E ouvi uma voz alta no céu dizer: ‘Agora se realizou a salvação, e o poder, e o reino de nossos Deuses, e a autoridade do Cristo deles, porque foi lançado para baixo o acusador dos nossos irmãos, o qual os acusa dia e noite perante os nossos Deuses!’” — Apocalipse 12:9, 10.

   A exclamação que se segue à “expulsão” dos Satãs, segundo a qual “agora se realizou a salvação, e o poder, e o reino de nossos Deuses, e a autoridade do Cristo deles” aponta claramente para o tempo da morte, ressurreição e exaltação de Cristo, a quem havia sido dada naquele momento “toda a autoridade no céu e na terra”, o que fora tornado público mediante uma suntuosa e merecida cerimônia de posse e coroação nos domínios de cima logo que ele fora ‘levado diante do Antigo de Dias’.6

   Que a “guerra no céu” dificilmente poderia ser entendida como uma guerra literal é indicada pelos versículos seguintes. Quando Gadrel e seus capangas-Satãs foram lançados para a terra, eles perseguiram a “mulher” celestial e então “foi travar guerra com os remanescentes da sua semente” que “têm a obra de dar testemunho de Jesus” (Apocalipse 12:13-17). O versículo 11 declara que os seguidores de Cristo que se tornaram os mártires nesta guerra “o venceram [isto é, a Satanás] por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do seu testemunho”.

QUE RESPONSABILIDADE SE LANÇA SOBRE TODOS NÓS NO SENTIDO DE DEFENDER A VERDADE MESMO DIANTE DOS MUITOS QUE DEFENDEM A MENTIRA NOS DIAS DE HOJE?
   Isto explica a natureza da “guerra”: Por meio de sua morte como cordeiro sacrificial, Cristo venceu Satanás e provocou sua “queda do céu.” Os mártires cristãos são apresentados como participantes nesta vitória, sendo habilitados a vencer os Satãs “por causa do sangue do Cordeiro”. Satanás, o “acusador”, não é mais capaz de acusá-los “dia e noite perante os nossos Deuses” porque, através da morte de Cristo, os pecados deles são perdoados. Ou seja, para todos os efeitos, a “guerra no céu” é uma representação figurativa da vitória de Cristo sobre todos os Satãs por meio de sua morte sacrificial como Cordeiro. É óbvio que esta “guerra” não tem nada que ver com o ano de 19147 e tampouco ocorreu literalmente nos domínios espaciais, mais no figurado campo do enaltecimento X rebaixamento.

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1 Similarmente, no idioma português podemos falar de uma pessoa ser “colocada nas alturas” [correspondente em inglês: “praised to the skies” (“exaltada aos céus”)];
2 Metáforas similares são encontradas em fontes extraescriturais dos tempos antigos. Por exemplo, tanto Cícero como Horácio (1º século AEC) compararam a queda de uma alta posição política com “cair do céu”;
3 Para maiores detalhes de porquê 1914 EC não marca o início do Reino dos Deuses, queira ler o número 19 de AContinela;
4 Compare com Daniel 8:9-12, que usa a mesma linguagem figurativa para descrever as ações presunçosas do “chifre pequeno” de eliminar a adoração de Jeová;
5 Observe também como o “alvoroço” dos “reis da terra” contra “Jeová e contra o seu ungido” mencionado no Salmo 2:1-3 é aplicado diretamente pelo apóstolo Pedro em Atos 4:25-28 às ações que as autoridades judaicas e romanas tomaram contra Jesus;

7 Conforme Cristo explicou à congregação em Tiatira, ele já estava naquele momento de posse desta “vara de ferro” e, desta forma, podia prometer compartilhar sua “autoridade sobre as nações” com “aquele que vencer e observar as minhas ações até o fim”. — Apocalipse 2:26-27.


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