31 de janeiro de 2011

QUE ESPERANÇA HÁ PARA OS DOENTES?



Q

UANDO estamos doentes, procuramos obter alívio e cura. É bem provável que saiba por meio da Bíblia que Jesus Cristo, vez após vez, curou todo tipo de enfermidades, aliviando muitos de suas aflições. Como aconteceram essas curas? Pelo ‘poder de Deus’, diz a Bíblia. (Atos 19:11, 12) Portanto, era o espírito santo da parte de Deus que causava a cura, não apenas a fé da pessoa. (Atos 28:7-9) Era por isso que Jesus não exigia que os doentes expressassem sua fé nele para serem curados.

  Você talvez se pergunte: ‘As curas milagrosas, como as realizadas por Jesus, são coisas do passado, ou podem acontecer hoje? Voltarão a acontecer? Que esperança há para os que sofrem uma doença dolorosa ou incurável?’

Um médico 'suspeito'
A Bíblia fala de uma inventada "doença Espiritual"?
 Uma irmã idosa Testemunha de Jeová, encontrava-se numa cama hospitalar adoentada quando seu médico recomendou-lhe que chamasse a si pastores de sua congregação. Que estes viessem visitá-la e orassem para que a doença dela abandonasse a ela mais rapidamente. O motivo de sua solicitação era que ele ouvira falar das curas pela fé. A irmã, vendo uma ótima oportunidade para dá um testemunho sobre suas crenças, abriu sua Bíblia no livro de Tiago e leu as seguintes palavras do apóstolo: “Há alguém doente entre vós? Chame a si os anciãos da congregação, e orem sobre ele, untando-o com óleo em nome de Jeová. E a oração de fé fará que o indisposto fique bom, e Jeová o levantará.” — Tiago 5:14, 15.

  Daí a irmã explicou em suas próprias palavras (sic) a que tipo de doença o apóstolo falava, dizendo ao médico: “Tiago fala não de doenças literais e sim de doença espiritual”.

  O médico, completamente desconfiado, olhou dentro da Bíblia da irmã, examinou as palavras do apóstolo e, um tanto receoso, disse à irmã: “Desculpe senhora, mas o texto que lestes nada fala sobre uma 'doença espiritual'. Tampouco há ali uma indicação disso e, diga-me, o que é mesmo uma 'doença espiritual'?” A irmã, desconfiada de que o médico pudesse ser um 'apóstata', limita-se a perguntar-lhe: 'por acaso tu sabe mais da Bíblia que os ungidos de Jeová'?

O que é uma “doença espiritual”?
  Sim, o que é mesmo uma “doença espiritual”? Até eu, que embora seja uma Testemunha de Jeová há muitos anos, estou curioso. Resolvi fazer meu estudo pessoal sobre este texto e tentar identificar a 'doença espiritual' que, segundo acreditamos como organização, Tiago falou. Digitei no CD ROOM “doença espiritual” e abri Estudo Perspicaz das Escrituras Vol. 1, pág. 734. Diz ali: “As Escrituras frequentemente se referem a enfermidades, uma condição não salutar do corpo ou da mente, e também à doença espiritual, ou à condição de se estar figurativamente doente”. Aqui diz que a 'doença espiritual' é o mesmo que “estar figurativamente doente”. Complicou! O que é então “estar figurativamente doente”?

Mais à frente, debaixo do subtítulo: aplicação figurativa (pág. 737), Estudo Perspicaz, contrariando o que o apóstolo disse ali, interpreta o que Tiago não disse. Observe a sutileza com que uma declaração inteira é modificada para ajustar-se aos conceitos particulares de uma religião:

  “Há alguém [espiritualmente] doente entre vós? Chame a si os anciãos da congregação, e orem sobre ele [de modo que ele possa ouvir a oração e mostrar que concorda por dizer 'Amém'], untando-o com óleo [estimulando-o com confortadora e tranquilizadora instrução da Palavra de Deus, para trazê-lo de volta à união com a congregação (Sal 133:1, 2; 141:5)] em nome de Jeová [com fidelidade a Deus e de acordo com Seu propósito]. E a oração de fé [feita pelos anciãos em favor da pessoa espiritualmente doente] fará que o indisposto fique [espiritualmente] bom, e Jeová o levantará [como que do desânimo e do sentimento de estar abandonado por Deus, fortalecendo-o Jeová para andar no caminho da verdade e da justiça (Fil 4:13)]. Também, se ele tiver cometido pecados, ser-lhe-á isso perdoado [por Jeová (Sal 32:5; 103:10-14), se a pessoa reagir favoravelmente às orações e à repreensão, à correção e à exortação da Palavra de Jeová, dadas pelos anciãos, se ela, arrependida, der meia-volta e trilhar a vereda correta (Sal 119:9-16)].”

Quanta decepção!
  Por Jeová que vive, nunca vi tanta tentativa de desviar a atenção ao que um escritor disse para outra que nem sequer lhe passara à mente! Estou chocado! Como puderam fazer uma coisa destas com as palavras de Tiago, sim, da Bíblia! Como pode haver tamanha distorção feita a um texto bíblico, como o que a minha própria religião fez aqui? (2Pe. 3:16) Irmãos e leitores deste blog, estou chocado! Não, desta vez passaram dos limites do bom senso. Não é possível!

  Tiago pergunta se 'há alguém doente entre os irmãos' e que caso haja, que este 'chame a si os anciãos'. Para que? 'Para que estes orem com fé sobre o doente, untando-o com óleo em nome de Jeová.' Para quê? 'para que o indisposto doente fique bom e Jeová o levante' de sua cama. Daí, os que decidem em como devemos crer dão uma explicação totalmente estranha ao que o próprio escritor do livro bíblico, Tiago, disse? Tal distorção é inescusável!

  Imagine caro leitor, pegarmos certo texto das Escrituras Sagradas, como este, por exemplo: “Nenhum fornicador, nem pessoa impura, nem pessoa gananciosa — que significa ser idólatra — tem qualquer herança no reino do Cristo e de Deus.” (Efésios 5:5), e sair espalhando mundo afora, por mais de cem anos, que o escritor não disse o que disse. Mas que ele falou mesmo foi sobre o “fornicador Espiritual”, o “impuro espiritual”, o “ganancioso espiritual” e sobre um “reino espiritual”. Não acha o caro leitor que fazer isso seria desarrazoado de nossa parte? Claro, diremos. Então por quê cargas d'água minha religião, que sempre a tive como o que ela afirma ser — a única religião verdadeira — deturpa um texto bíblico de uma forma tão descarada assim?

  Tudo bem se os anciãos não querem assumir a responsabilidade imposta por Deus de fazer visitas aos doentes entre o rebanho de Jeová e fazer uma oração a Jeová para que Ele possa dá saúde ao irmão. É um direito dele se negar a obedecer à Bíblia. Mas daí ir ao ponto de deturpá-la para eximir-se de suas responsabilidades! Isso é inescusável.

Às vezes penso em não mais fazer meu estudo pessoal da Bíblia. Estou vendo coisas que nunca sequer imaginaria existir na minha religião. Jesus e os apóstolos “untavam muitos doentios com óleo e os curavam” de doenças reais (Marcos 6:13). Nada falou sobre existir uma figurativa 'doença espiritual'. De fato, não existe essa frase na Bíblia. Nunca imaginaria que tais crassos erros existissem. Como conseguiram me ensinar esses erros no princípio (quando iniciei meu estudo como um novo discípulo) e eu não me tenha deparado com esses ensinos deturpados? Será que existem mais?

Ainda há mais erros!
  Parece que o versículo 16 do mesmo capítulo de Tiago também é ensinado errado. Ali o escritor nos recomenda a 'confessarmos os nossos pecados uns aos outros e a orarmos uns pelos outros' na congregação. Mas que, ao que me lembro, a explicação que me deram desse texto é o de que devemos 'confessar nossos pecados só aos anciãos'. Mas vamos ver isso num próximo estudo pessoal. Por enquanto basta de decepções.

  Se dependêssemos de uma 'oração de fé' dos anciãos hoje, estaríamos todos condenados à morte por doenças. Ainda bem que existe a medicina e que a Bíblia profetisa, para o futuro novo mundo, que Deus usará seu poder para voltar a fazer o tipo de curas milagrosas que Jesus e os apóstolos fizeram enquanto estavam na Terra. Todas as doenças serão eliminadas e até mesmo a morte. Sim, naquele dia “nenhum residente dirá: 'Estou doente.' O povo que mora na terra serão os a quem se perdoa seu erro.” — Isaías 33:24.

30 de janeiro de 2011

O “PRINCÍPIO” É O MESMO QUE OS 'SEIS DIAS' CRIATIVOS


O
primeiro capítulo de Gênesis começa por declarar: “No princípio Deus criou os céus e a terra.” Fez isso tudo em 'seis dias criativos'. (Gênesis 1:1) Podem ter passado uns seis mil anos desde o “primeiro dia”, que teve 'a luz' como primeira 'criação', até o último dia, “o sexto dia”, quando Adão e Eva foram criados. Sim, a própria Bíblia determina que, segundo o cômputo divino do tempo, ‘um dia para eles é o equivalente a mil anos’ aqui neste nosso planeta. (Sal. 90:4; 2Pe 3:8) Após o fim dos ‘seis dias de criação’ todos os Deuses passaram a 'descansar' no “sétimo dia”. — Gênesis 1:3, 26-31; 2:1-4.

violadores da ‘regra bíblica básica’
  Os dias criativos não eram períodos de 24 horas, como crêem alguns atualmente. Tampouco representam “milhares de anos”, como nós, as Testemunhas de Jeová, asseveramos. (Estudo Perspicaz das escrituras – vol. 1, pág. 585) Que um “dia”, naquele contexto, pode ser mais longo do que 24 horas é indicado por Gênesis 2:4, que fala de todos os períodos criativos como de um só “dia”. E que estes são o equivalente a apenas seis mil anos, e não a milhares de anos, é facilmente deduzível após uma análise das evidências   interna e externa à Bíblia   e de textos tais como os já mostrados aqui – o Salmo 90:4 2 Pedro 3:8. E este período de seis mil anos de criação (os 'seis dias criativos') é o mesmo que o “princípio”, de Gênesis 1:1.

  Passaram-se, portanto, apenas seis mil anos entre o primeiro e o sexto dia criativos, em que Adão e Eva foram criados. Entretanto, para nós Testemunhas de Jeová como organização, datar a criação de Adão e Eva na mesma época da criação dos 'céus e da terra' de Gênesis 1:1 “não é nem bíblico, nem científico”, diz uma de nossas publicações. — A Sentinela de 15 de julho de 1994, página 29. Porque dizemos isso? Como já explicado aqui, nós, como organização, isolamos Gênesis 1:1 dos demais versículos e passamos a ensinar que Gênesis 1:1 ‘fala da criação do universo e de todas as galáxias que lá existem; do planeta Terra; da Lua e do sol’. Ao passo que os demais versículos, dizemos, ‘focaliza a criação aqui neste planeta’. Assim, as Testemunhas de Jeová como organização — minha própria religião —, por mais sincera que se apresenta ser, viola a regra bíblica básica de 'não ir além do que está escrito na Palavra de Deus' — 1 Coríntios 4:6.

Qual a verdade então?
  Ademais, se essa fosse a verdade, significaria que Adão e Eva não foram criados “no princípio” e que, portanto, não encontraríamos nenhum texto na Bíblia que indicasse isso, correto? Todavia, como é que o próprio Jesus, aquele que esteve “no princípio” e que foi um dos principais Deuses envolvidos diretamente na ‘criação dos céus e da terra’ nos disse que Adão e Eva foram criados “no princípio”? Leiamos suas palavras:


 “E vieram ter com ele fariseus, decididos a tentá-lo, e disseram: 'É lícito que um homem se divorcie de sua esposa por qualquer motivo?' Em resposta, ele disse: 'Não lestes que aquele que os criou desde o princípio os fez macho e fêmea, e disse: “Por esta razão deixará o homem seu pai e sua mãe, e se apegará à sua esposa, e os dois serão uma só carne”? De modo que não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o homem.' Disseram-lhe: 'Então, por que prescreveu Moisés que se desse um certificado de repúdio e que ela fosse divorciada?' Ele lhes disse: 'Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos fez a concessão de vos divorciardes de vossas esposas, mas este não foi o caso desde o princípio'.” grifo meu — Mateus 19:3-8.

  Portanto, para Jesus, que sabe mais que qualquer religião ou religioso de hoje, Adão e Eva foram verazmente criados “no princípio” de Gênesis 1:1. Este, portanto, é o mesmo período dos 'seis dias' de criação, uma vez que Adão e Eva foram criados no “sexto dia”. Sim, “desde o princípio da criação ‘Ele os fez macho e fêmea'.” grifo meu — Marcos 10:6.


25 de janeiro de 2011

MUNDO ESPIRITUAL — O QUE É? EXISTE?

A Sentinela de 1º de dezembro de 2010 veio com a seguinte pergunta de capa: “Quem vive no mundo espiritual?” Daí o artigo passa a explicar uma das crenças nossas, a de que existe um mundo espiritual. Uma vez que se acredita que Deus, Jesus e os anjos — mesmo Satanás e seus demônios — possuem corpos espirituais; invisíveis, então tais seres têm de viver num mundo diferente do nosso mundo, e este mundo, conclui-se, tem de ser um mundo espiritual, invisível. Não é só as Testemunhas de Jeová que crêem assim, a grande maioria das religiões deste mundo também pensa assim. Ademais, há religiões que ensinam que até mesmo nós, seres humanos, ao morrermos, nos transformamos em espíritos e, assim, partimos para o mesmo mundo espiritual.
     Embora esta seja uma crença comum entre as religiões, ainda não houve sequer uma só que pudesse apontar onde fica esse suposto mundo incompreensível. Portanto, foi com muito gosto que passei a fazer um estudo pessoal bíblico sobre este, que me parece mais um exemplo de ensino equivocado.
     Embora não consigam apontar onde fica tal mundo, repare que a revista acima citada vem com uma foto de um pai apontando para o filho o que poderia ser a direção deste “mundo espiritual” — o pai aponta para além dos céus da terra!
Poderia realmente existir um mundo espiritual no espaço sideral, entre as estrelas de nossa galáxia, a Via Láctea? Ou estaria localizado além dela? O que a Bíblia poderia nos revelar sobre este lugar fabuloso e por quê, afinal, é comum a crença num mundo espiritual?

Acharam o "Mundo Espiritual"?
      Debaixo do subtítulo “Seus atributos , Estudo Perspicaz das Escrituras explica que “O verdadeiro Deus não é onipresente, porque se fala dele como tendo localização. (1Rs 8:49; Jo 16:28; He 9:24) Seu trono está no céu. (Is 66:1) e O verdadeiro Deus é espírito, não carne (Jo 4:24; 2Co 3:17) — Vol. 1 pág 691.
Examinemos os textos citados objetivando encontrar uma pista sobre a localização do mundo espiritual. Leiamos 1 Reis 8:49: “Então, desde os céus, teu lugar estabelecido de morada, terás de ouvir a sua oração e o seu pedido de favor, e terás de executar julgamento para eles”. Repare que o mundo onde Deus vive é aqui chamado de “os céus”. Pode existir um mundo espiritual em alguma parte de nossa atmosfera? Ou seria em alguma parte dos céus do universo, lá fora, o local provável? Deveras é correto afirmar que o “lugar estabelecido de morada” de Deus (de todos os deuses) seja, não um mundo abstrato, mas em algum planeta em alguma estrela de nossa galáxia.
O que poderíamos entender por “céus”? Por exemplo, durante todo o período em que Deus e seus bilhões de filhos angélicos estiveram criando os nossos 'céus e terra', como já expliquei aqui, eles tinham uma base principal em orbita de nosso planeta. (Gênesis 1:1) Era ali que se situava a morada dos Deuses até irem para seu planeta de origem, depois de terem terminado tudo o que tinham para fazer aqui.
Agora é só visualizar eles subindo e descendo, dia após dia, séculos após séculos, enquanto executavam seus trabalhos aqui. Portanto, é só óbvio visualizarmos que “os céus” onde os deuses vivem originalmente tem de ser para além dos céus de nosso planeta, no espaço sideral, porém, este mundo deve ser um planeta, assim como o nosso. Servos humanos de Jeová observavam essa movimentação constante. Leia Gênesis 17:22, 28:12; Amós 9:6
      João 16:28, o próximo texto, diz: “Saí da parte do Pai e vim ao mundo. Outrossim, deixo o mundo e vou embora para o Pai.” Jesus aqui sequer indicou um mundo espiritual. Já Paulo, em Hebreus 9:24, explicou: “Porque Cristo entrou, não num lugar santo feito por mãos, que é uma cópia da realidade, mas no próprio céu, para aparecer agora por nós perante a pessoa de Deus”. Paulo também menciona o céu como o lugar onde Deus vive e nada fala sobre este local ser um mundo espiritual. Assim como o sumo sacerdote entrava na parte da tenda conhecido como o santíssimo, Jesus entrou no céu, onde Deus habita.
      Igualmente Isaías 66:1, o próximo texto apresentado ali em Perspicaz, fala dos céus como a morada de Deus e não um mundo abstrato. Leiamos: “Assim disse Jeová: 'Os céus são o meu trono e a terra é o meu escabelo'.

"Deus é Espírito"? 
     Mas talvez, a base da crença num suposto mundo espiritual é mais sustentada à base da pressuposição de que, como diz Perspicaz, “o verdadeiro Deus é espírito, não carne”. A base desta afirmação, dizem, são as palavras de Jesus, que disse: “Deus é Espírito [Lit.: “Espírito [é] o Deus.” Gr.: Pneú·ma ho The·ós.]”. (João 4:24) Será que Jesus realmente diz que 'Deus não é carne'? Não! O texto diz que “Deus é espírito” e a palavra carne não aparece aqui. Será que o texto narra aqui sobre a composição física de Deus? Não necessariamente!
      Por exemplo: como podemos entender as seguintes afirmações similares?: “Deus é luz— Deus tem um corpo de luz? Igual um vaga-lume ou igual a uma estrela? 1 João 1:5; “Deus é amor— como assim? O corpo dele é amor? 1 João 4:8; “Deus é a rocha— seria Jeová o equivalente ao nosso homem de pedra? Salmo 73:26; “Deus é fiel— como pode existir um corpo fiel? 1 Coríntios 10:13; “Deus é forte” Jó 36:5 — já esta expressão é mais fácil de se entender. Que outros textos podemos lembrar onde diz que 'Deus é . . . '? Vamos entender então como Deus pode ser espírito?
      Devemos ler o contexto para determinarmos como é que podemos entender a afirmação de Jesus sobre seu Pai 'ser espírito'. Leiamos: “Disse-lhe ele: 'Vai, chama teu marido e vem para este lugar.' Em resposta, a mulher disse: 'Não tenho marido.' Jesus disse-lhe: 'Disseste bem: “Não tenho marido.” Pois, tiveste cinco maridos, e o [homem] que agora tens não é teu marido. Isso disseste verazmente.' A mulher disse-lhe: 'Senhor, percebo que és um profeta. Nossos antepassados adoravam neste monte; mas vós dizeis que o lugar onde as pessoas devem adorar é em Jerusalém.' Jesus disse-lhe: 'Acredita-me, mulher: Vem a hora em que nem neste monte, nem em Jerusalém, adorareis o Pai. Adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação se origina dos judeus. Não obstante, vem a hora, e agora é, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai com espírito e verdade, pois, deveras, o Pai está procurando a tais para o adorarem. Deus é Espírito, e os que o adoram têm de adorá-lo com espírito e verdade.' A mulher disse-lhe: 'Eu sei que vem [o] Messias, que é chamado Cristo. Quando este chegar, ele nos declarará abertamente todas as coisas.' Jesus disse-lhe: 'Eu, que falo contigo, sou ele'.— João 4:16-26
A carne X espírito
      Aquela mulher samaritana, embora uma adoradora de Deus, igual a muitos judeus, praticava as obras da carne e não do espírito (compare com Gálatas 5:13-25 e 1 Coríntios 3:3). Desta forma, 'adorava o que não conhecia', porque Deus nem pratica nem aprova uma vida devassa. A adoração a Deus não pode ser maculada por práticas carnais. Querer adorar a Jeová assim é viver uma adoração mentirosa. Daí Jesus profetizou que seu Pai estava em busca daqueles que o adorassem praticando as obras do 'espírito' e não as 'da carne' e 'em verdade' não uma 'vida de mentiras' livres de pecaminosidades na carne e de mentiras religiosas*. Similarmente, ali não fala do corpo literal de Deus e sim da personalidade e disposição mental dele.
      O contexto, portanto, sugere que nós precisamos ser 'espíritos' no sentido de praticar “os frutos do espírito”, conforme disse Paulo em Gálatas 5:22, que são: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura, [e] autodomínio” e não por nos transformarmos literalmente de corpos carnais a um corpo espiritual que não existe. O texto conclui dizendo que “os que pertencem a Cristo Jesus pregaram na estaca a carne com as suas paixões e desejos”
      Leiamos o próximo texto que aparece em Perspicaz junto com João 4:24. Leiamos 2 Coríntios 3:17:
      Ora, Jeová é o Espírito; e onde estiver o espírito de Jeová, ali há liberdade. Esta afirmação é muito similar à de João 4:24. Leia o inteiro contexto e reparará que, mesmo ali, fala-se novamente do tipo de Deus que Jeová é — ali menciona um Deus de espírito livre. Através da Lei do Cristo, que substituiu a Lei de Moisés, ele concedeu aos seus adoradores o mesmo espírito de liberdade. O contexto (versículo 6) mostra que foi Deus “quem deveras [habilitou os apóstolos] adequadamente para ser[em] ministros dum novo pacto, não dum código escrito, mas de espírito; pois o código escrito condena à morte, mas o espírito vivifica.” Portanto, longe de este texto está se referindo ao corpo de Deus, compara a superioridade do Novo Pacto Mediado por Seu Filho — um Pacto espiritual tendo a liberdade como alvo — em relação ao antigo Pacto Mosaico — baseado na carne e tinha a escravidão a ela como impedimento para a adoração plena a Deus, o Ser mais espiritual.
      Agora leiamos o texto com o contexto: “Portanto, visto que temos tal esperança, estamos usando de muita franqueza no falar, e não fazemos como Moisés [fazia], pondo um véu sobre o seu rosto, para que os filhos de Israel não fitassem atentamente os olhos no fim daquilo que havia de ser eliminado. Mas as suas faculdades mentais estavam obtusas. Pois até o dia atual permanece o mesmo véu sem ser levantado, por ocasião da leitura do antigo pacto, porque é eliminado por meio de Cristo. De fato, até o dia de hoje, sempre que se lê Moisés, há um véu deitado sobre os seus corações. Mas, quando há um retorno a Jeová, é retirado o véu. Ora, Jeová é o Espírito; e onde estiver o espírito de Jeová, ali há liberdade. E todos nós, ao passo que com rostos desvelados refletimos como espelhos a glória de Jeová, somos transformados na mesma imagem, de glória em glória, exatamente como feito por Jeová, [o] Espírito. — 2 Coríntios 3:12-18.

Deus - Perfeito em Espiritualidade
      Sim, seremos pessoas espirituais tanto quanto nosso Deus Jeová É se, ao invés de andarmos como escravos da carne, andarmos refletindo a glória espiritual de nosso Deus que é perfeito em qualidades espirituais. Obedeçamos Paulo, que disse: “Persisti em andar por espírito, e não executareis nenhum desejo carnal. Pois a carne é contra o espírito no seu desejo, e o espírito contra a carne; porque estes estão opostos um ao outro, de modo que as próprias coisas que gostaríeis de fazer, não fazeis. Ademais, se estais sendo conduzidos por espírito, não estais debaixo de lei. Gálatas 5:16-18
      Assim sendo, vimos aqui que Deus (ou todos os demais deuses) não têm corpos espirituais e que, portanto, é por isso que a bíblia nada ensine sobre um mitológico “mundo dos espíritos”. Há muitos textos na Bíblia que dá até margem para imaginarmos tal mundo, mas, ao serem analisados minuciosamente num estudo pessoal, levando-se em conta nossa “faculdade de raciocínio” (Romanos 12:1) e tendo a toda-importante ajuda do “ajudador” (João 14:16) de Deus, conseguiremos ver a verdade. Então, se todos os deuses não moram num suposto mundo espiritual e não possuem corpos igualmente espirituais, onde vivem e com que corpos? Num próximo estudo pessoal chegaremos à verdade sobre isso.
      Há, de fato, muitas outras verdades que o espírito de Deus tem me revelado (ele foi derramado sobre 'minha carne' — Joel 2:28) e que serão disponibilizadas aqui gradualmente. Anteriormente, nos tempos apostólicos, nem adiantaria a Jesus narrar sobre muitas destas verdades devido ao fato de seus ouvintes não estavam preparados para suportar esses lampejos de luz, mas que agora é chegado o momento certo. Jesus disse: Ainda tenho muitas coisas para vos dizer, mas não sois atualmente capazes de suportá-las”. — João 16:12.

* “Portanto, os em união com Cristo Jesus não têm nenhuma condenação. Pois a lei desse espírito que dá vida em união com Cristo Jesus libertou-te da lei do pecado e da morte. Porque, havendo incapacidade da parte da Lei, enquanto ela estava fraca por intermédio da carne, Deus, por enviar o seu próprio Filho na semelhança da carne pecaminosa e concernente ao pecado, condenou o pecado na carne, para que a exigência justa da Lei se cumprisse em nós, os que andamos, não de acordo com a carne, mas de acordo com o espírito. Pois, os que estão de acordo com a carne fixam as suas mentes nas coisas da carne, mas os que estão de acordo com o espírito, nas coisas do espírito. Pois a mentalidade segundo a carne significa morte, mas a mentalidade segundo o espírito significa vida e paz; porque a mentalidade segundo a carne significa inimizade com Deus, visto que não está em sujeição à lei de Deus, de fato, nem pode estar. De modo que os que estão em harmonia com a carne não podem agradar a Deus.Romanos 8:1-8

14 de janeiro de 2011

COMO NOSSO MUNDO VEIO À EXISTÊNCIA

Ora, a terra mostrava ser sem forma e vazia, 
e havia escuridão sobre a superfície da água de profundeza” 
 Gênesis 1:2

Embora um trovão, ao explodir sobre sua casa, possa assombrar os que são pegos dormindo, tau assombro não dura mais que alguns segundos e não machuca ninguém. Já não podemos dizer o mesmo para um outro tipo de explosão que se deu a algum tempo atrás e que, de modo semelhante, pegou todos os que viviam então de surpresa. Não estamos falando de um simples trovão – por mais assombroso que este pudesse ser -, estamos falando de uma catástrofe rara e que só vimos isso acontecer no planeta Júpiter, nosso vizinho cósmico, em 1995. A explosão que estamos falando aconteceu a mais de 60 milhões de anos atrás, aqui neste planeta e aniquilou os dinossauros e outras espécies de vida existentes naquela era.

      Todos eles estavam vivendo suas vidas tranquilamente, quando, súbita e instantaneamente, o seu mundo passou a tremer, segundos após uma aterradora explosão acometer seu mundo. Embora não se apercebessem disso – eram irracionais – seu mundo acabara de ser 'escolhido' pelo cosmos para ser o alvo certo do “tiro da aniquilação”. Esta explosão, diferentemente de um simples trovão, trouxe a aniquilação total de praticamente toda a vida de então. O planeta incendiava e fervia pelo efeito do impacto. Quão terrível foi! Mesmo hoje, a mais de 60 milhões de anos depois, sentimos medo e gelamos só em imaginar sermos acometidos desta forma.

Um mundo morto para sempre

      Muito provavelmente, o enorme asteroide que aniquilou aquele mundo, atingiu em cheio o local que hoje chamamos de península de Iucatã, no Golfo do México. Ali, certamente, jaz a “sepultura” daquele enorme asteroide que destruiu um mundo para sempre (para sempre é o mesmo que 'por tempos indefinidos'). Mas o que aconteceu com este planeta nos anos – ou milênios – à frente? É muito provável que, conforme tentam explicar muitos especialistas, 'o impacto causou a separação e o deslocamento dos continentes, perturbando o globo todo, provocando erupções vulcânicas, bloqueando a luz solar e conspurcando a atmosfera' por centenas de milhares de anos à frente.

      Um dos efeitos posteriores a tudo isso, podemos visualizar, seria a de que as águas, antes em estado sólido – blocos de gelo nos pólos – tenham sido derretidos e, desta forma, o planeta inteiro tenha sido coberto pelas águas, cobrindo toda a terra habitável e, assim, aniquilando toda possibilidade de a vida permanecer em solo seco. Embora inundáveis, as águas causaram algo benéfico – o resfriamento do planeta para uma futura nova fase de sua existência e sustentadora da vida.

'Terra à vista'
      O impacto foi de tal tamanho que, mesmo em outros mundos distantes dentre as estrelas não tão próximas da nossa, se faria perceber o resultado da enorme explosão. Não teriam descoberto um planeta tão minúsculo assim não fosse essa explosão tão devastadora como uma devastação causada por algo comparável à explosão de milhões de bombas nucleares ao mesmo tempo.

      Deveras, foi exatamente isso o que aconteceu. Inteligências nas vizinhanças de nossa galáxia, uns 5 milhões de anos depois daquele incidente, observaram aquela explosão e, através dela, puderam 'descobrir' que havia um planeta orbitando aquela pequena estrela. (vejas fotos de monitoramento, resultado de 6 mil anos deles de observações do acidente. Repare que o ponto luminoso, que era o planeta em chamas, está em translação em torno da estrela. Isto serviu de provas da descoberta de um planeta. 

      'Graças àquela explosão', disseram, 'descobrimos um planeta tão pequeno quanto o nosso e, assim, com enormes possibilidades de abrigar vida ali'. Daí, nos milênios à frente, passaram a fazer sondagens. Em suas pesquisas, à medida que os dados chegavam, se maravilhavam ao descobrir que não havia apenas um planeta, mas vários deles, orbitando aquela minúscula estrela levemente amarela. Com o tempo era chegada a hora de eles atravessarem toda aquela distância cósmica, pessoalmente, para missões de colonização. Usaram para isso, claro, seus mais modernos aparatos de teletransportagens. Ao chegarem às redondezas da estrela, de imediato, fizeram cuidadosa sondagem em cada um dos planetas e, por fim, chegaram àquele que haviam observado sendo calcinado pelo fogo. Perceberam que ele mesmo seria o mais ideal para seus objetivos – eram perfeitos sua localização, tamanho e inclinação em relação à estrela.

Base lunar - por muitos anos "os céus" onde
os Deuses viveram
As primeiras conclusões que fizeram do planeta marrom foi de que parecia um mundo inóspito, com uma atmosfera totalmente espessa de cinzas vulcânicas e outros elementos ofensivos à vida. Violenta quanto pudesse ser aquela atmosfera, porém, constataram o que já haviam descoberto em sondagens anteriores: que logo abaixo dela havia – em superabundância – um dos elementos primordiais para o sustento da vida – água líquida. Montaram base tanto em orbita do planeta quanto no satélite que o orbita a uns 350.000 quilômetros de distância.

      Com o tempo, selecionou-se e foi enviado três observadores que atravessaram aquela atmosfera violenta. Fizeram isso. Ao descerem, viram um mundo mergulhado no negrume da escuridão. Era um mundo quase que totalmente de águas apenas. Havia pouca terra seca e mesmo assim, estas, encontravam-se muito próximas ao nível das águas, sim, muito 'compactas à água de profundeza'*, o que as fazia ser inundáveis, rochosas e em atividades vulcânicas constantes, sem possibilidades de haver raízes de vegetação alguma. Ao retornarem à orbita, relataram: “a terra seca é sem forma e vazia e há uma espessa escuridão sobre a superfície das águas, que são bastante profundas.”

Dá-se início à 'criação dos céus e da terra'
      Alegraram-se grandiosamente com o relato (compare com Jó 38:7) e, à medida que o tempo passava, traçaram todos os planos de trabalho. Em seguida desceram aos milhões deles numa grandiosa aeronave-embarcação e pousaram tranquilamente na superfície da água de profundeza. Ao olharem para aquela embarcação incomum à certa distância, sobre a superfície das águas – ela era a única coisa iluminada naquela escuridão –, ora, eis que parecia uma “aparição”; um “espírito” sobre a superfície das águas de profundeza. Daí passaram a chamar aquela enorme base naval de “espírito” – “o espírito dos Deuses” que se 'movia sobre a superfície das águas'. — Gênesis 1:2

'O espírito dos Deuses movia-se por cima
da superfície das águas'
      Um dos Deuses (era assim que eram chamadas aquelas inteligencias) indaga de seu superior: “Meu Senhor, por onde começamos”? Ao que ele respondeu: “Ora, a ordem é a de 'criarmos os céus e a terra em seis grandiosas etapas'.” E, novamente, o primeiro fez nova pergunta: “Sim, senhor, sabemos disso, mas como iremos trabalhar direito numa escuridão dessas?” “A resposta é simples, caro irmão. A primeira ordem de cima é a de que 'venha a haver luz' na primeira das seis etapas. Então o grandioso trabalho inicial aqui será o de fazer que a luz da estrela penetre as camadas de atmosfera e passe a iluminar a superfície deste mundo; ou seja, temos de afinar esta atmosfera. Para este e os outros grandiosos trabalhos, porém, temos à nossa disposição, como bem sabes, algo que é mais antigo do que mesmo estas 'águas de profundezas', a saber, toda a sabedoria necessária para a execução do trabalho. Esta, a sabedoria, é que nos guiará como nosso 'mestre-de-obras'.” — Compare com Provérbios 8:22-31

      Deram início aos trabalhos e, milhões de anos depois, de modo gradual, o planeta veio a ser um mundo novamente habitável. “Graças a Deus” (“Deus.” Hebr.: אלהים [’Elo·hím] Deuses), podemos dizer hoje, “desde então, nenhum asteroide tem ameaçado a existência da vida que os Deuses criaram”. E o planeta veio a ser novamente de aspecto azul – como imaginaram que era antes – e cheio de vida novamente. Os 'seis dias'; ou 'seis etapas' em que eles 'criaram os céus e a terra', ficariam conhecidos, muito mais tarde, ao se assentar a história toda por escrito, como o “princípio”; ou: o “tempo em que foram criados, no dia em que Jeová Deus fez a terra e o céu” — Gênesis 1:1; 2:1 e 4.

Esta é a verdade real
      Caro leitor e estudante da bíblia. Este é o relato mais real para explicar o processo anterior à 'criação de todas as coisas' (Efésios 3:9) aqui neste planeta, conforme escrito nos dois capítulos iniciais do livro bíblico de Gênesis. Até que se prove o contrário, foi exatamente assim que tudo se deu. Leia Gênesis, usando suas 'faculdades perceptivas treinadas' (Hebreus 5:11–6:2) , pedindo ser guiado pelo espírito santo de Deus e passe a crer no que a Palavra e Deus ensina e não no que gostaríamos que ela ensinasse, infligindo a regra bíblica de 'ir além do que se encontra escrito' nela. — 1 Coríntios 4:6

*Compare com 2 Pedro 3:5: “Pois, segundo o desejo deles [dos iníquos dos dias de Pedro], escapa-lhes este fato, de que desde a antiguidade [sim, desde o “princípio”] havia céus, e uma terra sobressaindo compactamente à água e no meio da água, pela palavra de Deus


10 de janeiro de 2011

BOAS NOVAS AOS ANJOS PECADORES

No meu estudo pessoal bíblico deste fim de semana interessei-me por examinar o que a Bíblia poderia me ensinar sobre a origem dos anjos, os “filhos de Deus”. (Jó 38:7) Digitei uma palavra na minha biblioteca digital e o programa mostrou-me várias entradas para publicações bíblicas e para a própria Bíblia, onde aparecem esta palavra. Escolhi uma delas para iniciar minha pesquisa clicando no livro O QUE A BÍBLIA Realmente ENSINA?, no capítulo 10.(leia na íntegra todo o estudo aqui)

       Uma vez ali, li os dois primeiros parágrafos do capítulo, cujo tema é: “Criaturas espirituais – como nos afetam?” (veja recorte). Ali diz que “conhecer uma pessoa normalmente inclui aprender algo sobre a família dessa pessoa”. Isso tem muito sentido. Então seria muito bom para mim saber sobre a 'família de Jeová', os anjos.

Qual a origem dos anjos?
     Depois de ler as duas perguntas que se faz ali, parti para o parágrafo dois, onde diz que a Bíblia menciona muitas vezes estes filhos de Deus. Daí, me interessei muito pela pergunta: “Qual a origem dos anjos?” Como resposta, cita-se ali o texto de Colossenses 1:16, que diz: “Mediante ele [Jesus Cristo] foram criadas todas as outras coisas nos céus e na terra.”

      Embora este texto aparentemente diga tudo, parei para examiná-lo mais atentamente para ver, entre outras coisas, se ele está realmente respondendo à pergunta. Por alguns instantes pensei em duas possibilidades diferentes e, assim, questionei comigo mesmo, pensando: 'e se aqui estiver falando que estas "outras coisas" que foram criadas mediante Jesus, "nos céus", tenha sido outra coisa que não os anjos?' E: 'será que, a exemplo do que eu já aprendi do meu estudo pessoal sobre Gênesis 1:1, este texto poderia está falando das coisas "criadas" nos céus da terra, ou seja, na "expansão"?' Seja como for, o parágrafo do livro Bíblia Ensina diz exatamente o que disse que 'as coisas nos céus' são os anjos que Jeová Deus criou mediante seu Filho primogênito.

Sanando as Dúvidas
      Para provar se era realmente assim, resolvi ler todo o contexto e, assim, sanar qualquer dúvida que agora surgia em minha mente. Assim, o texto de Colossenses 1:16 conclui: “as coisas visíveis e as coisas invisíveis, quer sejam tronos, quer senhorios, quer governos, quer autoridades. Todas as [outras] coisas foram criadas por intermédio dele e para ele.

      Menciona-se aqui “as coisas invisíveis” e pensei: 'É, poderia ser os anjos, mas ainda não estou convencido disso, afinal, na "expansão" também tem "coisas invisíveis" os gases atmosféricos, por exemplo!' Daí menciona “tronos” e outras coisas visíveis, mas daí também ponderei: 'Aqui pode está focalizando "as coisas da terra".' Continuei lendo mais, no versículo 17 e 18: “Também, ele é antes de todas as [outras] coisas e todas as [outras] coisas vieram a existir por meio dele, e ele é a cabeça do corpo, a congregação. Ele é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para se tornar aquele que é primeiro em todas as coisas”. Aqui, ao que podemos ver, nada podemos aproveitar para completar a informação que quero.

Em vida, Jesus pregou a homens, após ressurreição,
pregou aos anjos também pecadores.
      Vamos mais além, aos versículos 19 e 20 (ver recorte). Ali estava a resposta à minha dúvida. O relato fala que Deus, por meio da morte sacrificial de Jesus, estava 'reconciliando novamente todas as coisas consigo mesmo', sim, 'as coisas na terra e as coisas nos céus'. Daí diz que as coisas que estavam sendo 'reconciliadas na terra' éramos nós, os seres humanos. Então pensei: 'Agora tudo faz sentido, se somos nós humanos os que precisamos nos reconciliar com Deus, devido estarmos apartados dele pela questão do pecado, então "as coisas nos céus" que igualmente precisavam de reconciliação não poderia ser a “expansão” e sim seres inteligentes e animados, nos “céus” de Deus mesmo — os anjos que pecaram'.

Preste detida atenção quando estuda!
      Assim, vejo que o livro Bíblia Ensina está correto em afirmar que 'as coisas nos céus' que Jeová Deus criou mediante Seu amado Filho e para Ele são os outros milhares de filhos angélicos. Realmente, nós Testemunhas de Jeová, estamos sendo corretamente ensinados sobre a origem dos anjos. Como vimos, este texto bíblico realmente mostra-nos a origem dos anjos. Resta-nos agora entendermos se este ato de 'criar os anjos' foi de modo literal ou de outros modos. Talvez num futuro estudo bíblico eu possa ver isso. Por enquanto estou satisfeito com o que constatei aqui. Mas . . . ei! Espere um pouco! Não terminemos ainda nosso estudo pessoal! Acabei de ver alguma coisa ali que merece nossa atenção antes de terminarmos! Leiamos novamente o texto de Colossenses 1:19 e 20!:

     “Porque [Deus] achou bom que morasse nele [em Jesus] toda a plenitude, e, por intermédio dele, reconciliar novamente todas as [outras] coisas consigo mesmo [com Deus], por fazer a paz por intermédio do sangue [que ele derramou] na estaca de tortura, quer sejam as coisas na terra, quer as coisas nos céus.grifo meu. Lemos corretamente? Ali fala mesmo em reconciliação para os anjos que pecaram? Nós, TJ's, nunca pregamos isso e, ao que me lembro muito bem, pregamos (e pregamos o que cremos) que nunca poderá haver perdão para os anjos que pecaram. Mas agora fiquei confuso! Qual das duas informações é a verdade afinal?

Que aconteceu com a verdade?
      Observe que o texto diz claramente que, por meio do 'sangue que Jesus Cristo derramou', Deus estaria 'fazendo as pazes' com os dois grupos de criaturas: “quer sejam as coisas na terra [nós humanos pecadores], quer as coisas nos céus [os pecadores angélicos]”. Então os anjos que pecaram lá nos trempos antidiluvianos e que Enoque os abordou também têm a mesma oportunidade que nós humanos – a possibilidade de serem também reconciliados com Deus mediante a fé no sangue do Senhor Jesus Cristo! Será que a Associação prega essa informação muito importante? Não me lembro. Então vamos ver?
     Achei uma explicação sobre este texto na revista A Sentinela de 15 de janeiro de 1997, (pág. 11, par. 8) que diz: "A quem se oferece esta paz divina? A todos os que exercem genuína fé em Jesus Cristo. O apóstolo Paulo escreveu que ‘Deus achou bom, por intermédio de Cristo, reconciliar todas as outras coisas consigo mesmo, por fazer a paz por intermédio do sangue que Jesus derramou na estaca de tortura’. O apóstolo acrescentou que esta reconciliação envolveria “as coisas nos céus” — quer dizer, os que seriam co-herdeiros de Jesus no céu. Envolveria também “as coisas na terra” — quer dizer, os que seriam favorecidos com a oportunidade de viver para sempre nesta Terra, quando ela for levada à plena condição de Paraíso. (Colossenses 1:19, 20) Por se beneficiarem do valor do sacrifício de Jesus e por sua obediência a Deus, de todo o coração, todos esses poderiam usufruir a cordial amizade de Deus. — Note Tiago 2:22, 23" – sublinhado meu.
      Estou chocado! E você? Vemos claramente que na explicação dada pela revista não há mais lugar para os anjos no texto de Colossenses. 'As coisas nos céus', na revista, são os 144.000 ungidos e não mais os anjos que 'Deus criou por intermédio de Jesus e para ele'. O texto e contexto de colossenses 1:16-22, porém, são bastante explícitos, ali fala sobre os anjos e não dos “co-herdeiros de Jesus no céu”. Então por quê cargas d'água a “compreensão” dada a nós pela Associação é completamente diferente do texto bíblico e também da própria explicação do livro Bíblia Ensina?
      Não sei de você, caro leitor, porque quanto a mim . . . quanto mais faço meu estudo pessoal da Bíblia, vejo coisas estranhas nas nossas crenças como organização. Este é mais um caso de ensino equivocado que nos foi ensinado. Será que existem outros? E o mais importante agora: em que vamos acreditar? No que a Bíblia realmente ensina ou no que queremos, como organização, que ela ensine? De uma coisa agora sei com muito mais clareza: do porque Jesus foi 'pregar a esses filhos pecadores'. E o que pregou Jesus? — 1 Pedro 4: 18-20

O que "pregou" Jesus aos anjos que pecaram?
      Estudos Perspicaz das Escrituras "explica" com que objetivo pregou Jesus “aos espíritos em prisão”:
Em 1 Pedro 3:19, 20, depois de descrever a ressurreição de Jesus para a vida espiritual, diz o apóstolo: “Neste estado, também, ele foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais outrora tinham sido desobedientes, quando a paciência de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se construía a arca.” Comentando este texto, o Vine’s Expository Dictionary of Old and New Testament Words (Dicionário Expositivo de Palavras do Velho e do Novo Testamento, de Vine), diz: “Em I Ped. 3:19, a provável referência é, não a boas novas (não havendo evidência real de que Noé as tenha pregado, nem havendo evidência de que os espíritos das pessoas antediluvianas estejam realmente ‘em prisão’), mas ao ato de Cristo, depois de Sua ressurreição, de proclamar Sua vitória aos decaídos espíritos angélicos.” (1981, Vol. 3, p. 201) Como já mencionado, ke·rýs·so refere-se a uma proclamação, que tanto pode ser de algo bom, como também de algo mau, como quando Jonas proclamou a vindoura destruição de Nínive. Os únicos espíritos aprisionados a que as Escrituras se referem são aqueles anjos, dos dias de Noé, que foram ‘entregues a covas de profunda escuridão’ (2Pe 2:4, 5), e que foram ‘reservados com laços sempiternos, em profunda escuridão, para o julgamento do grande dia’. (Ju 6) Por conseguinte, a pregação que o ressuscitado Jesus fez a tais anjos injustos só poderia ter sido uma pregação de julgamento. Pode-se mencionar que o livro de Revelação, transmitido em visão a João por Cristo Jesus perto do fim do primeiro século EC, contém muito a respeito de Satanás, o Diabo, e seus demônios, bem como da destruição definitiva deles; por conseguinte, uma pregação de julgamento. (Re 12-20) Ter Pedro empregado o tempo passado (“pregou”) indica que tal pregação fora feita antes da escrita de sua primeira carta. — Vol. 3 pág. 308
É curioso que Estudo Perspicaz prefira acreditar na explicação de um Dicionário Expositivo, mudando o significado da palavra “proclamar”, para fugir do verdadeiro motivo e mensagem a que o Cristo levou aos seus irmãos celestiais pecadores, a saber: uma mensagem 'de paz', sim, de 'reconciliação'. Será que muitos deles se arrependeram e aceitaram o convite para serem 'reconciliados'? Não sejamos egoístas torçamos e creiamos que sim!