27 de setembro de 2011

QUE "CÉUS DECLARAM A GLÓRIA DE DEUS"?

QUE “CÉUS DECLARAM A GLÓRIA DE DEUS”?

Os céus declaram a glória de Deus.” SALMO 19:1

Estes "céus declaram a glória de Deus" - Sl. 19:1
Já por mais de 15 séculos se lê o livro dos Salmos, na Bíblia, e através dele muitos têm se consolado com suas palavras de conforto. Também hoje, quando lemos os cânticos sagrados registrados e preservados ali, nos consolamos e nos familiarizamos com a forma com que os do 'grupo' dos adoradores 'íntimos' de Deus o 'louvavam' e o 'elogiavam'. Também lemos ali que tudo o que existe neste planeta incluindo nós, humanos são convidados a dá louvores a Jeová, aquele que “criou todas [estas] coisas”. Salmo 111:1; 148; Efésios 3:9.

O livro dos louvores é também um livro de declarações. Tanto Jeová quanto a sua criação, proferem declarações ali. (Salmo 12:6; 78:1) Assim, o Salmo 19:1 inicia: “Os céus declaram a glória de Deus.” Estas palavras poéticas são bastante curiosas! Independentemente disso, porém, todos nós devemos buscar inicialmente é o entendimento e o significado dessa 'declaração' para, assim, ficarmos “plenamente competente[s], completamente equipado[s] para [a obra de Deus]”. (2 Timóteo 3:17) Para isso se faz necessário obtermos respostas satisfatórias às seguintes perguntas: como é que coisas inanimadas, como “os céus”, proferem 'declarações'? Sim, de que modo “declaram a glória de Deus”? Muito mais importante: o que são estes “céus” que o salmista menciona ali?

Quando “as coisas inanimadas produzem som”
   O apóstolo Paulo, citando a flauta e a harpa, ambos instrumentos musicais, colocou-os como exemplos de “coisas inanimadas [que] produzem som”. (1 Coríntios 14:7) É óbvio que isso só acontece porque nós, seres animados, os manipulamos. Mas, em sentido metafórico, ou ilustrativo, as “coisas inanimadas produzem som”. De que maneira? Da mesma maneira que uma bela pintura expressa louvor para o artista que a produziu. Poeticamente falando, portanto, os céus, “Faz borbulhar a fala, e . . . exibe conhecimento”. Literalmente falando, porém, “Não há fala e não há palavras; nenhuma voz se ouve da sua parte.” Assim, os “céus declaram a glória de Deus” em reconhecimento a Jeová Deus como seu criador! Jeová é digno do louvor pois ele é “aquele que fez o céu e a terra.(Salmo 19:2,3; 115:15) Também é verdade que há coisas que não podem 'declarar a glória a Deus'. porque há coisas que Deus não criou.

   A base para minha afirmação aqui é que tenho visto equívoco na compreensão dos “céus” bíblicos em relação a outros tipos de “céus” que nem de longe são mencionados na narrativa bíblica mas que nos foi ensinado. Um estudo pessoal, portanto, pode nos revelar a verdade acerca disso e ainda, de quebra, desmascarar estes enganos milenares humanos. Certamente há coisas que Deus não poderia ter criado e que, assim, não poderiam 'declararem a glória Dele'.

Os céus que não “declaram a glória de Deus”
   Interpretadores religiosos da Bíblia, de todas as épocas, convencidos de já terem encontrado a verdade sobre este ponto bíblico (e muitos outros também), estão, na verdade, equivocados. Sim, ao ensinarem que “os céus” mencionados no salmo – e em inúmeras partes da Bíblia – referem-se ao universo físico e tudo o que lá se encontra: galáxias, estrelas, planetas sim, toda a matéria estão, na realidade, 'desencaminhando e sendo desencaminhados' da verdade (2 Timóteo 3:13). A Bíblia não os apóia neste 'entendimento'! Na verdade, nem os escritores bíblicos sabiam da existência ou do funcionamento do assombroso universo! Para todos eles, os únicos céus que conheciam eram os que também observavam: os céus dos pássaros, os céus das nuvens e um 'terceiro céu' onde imaginavam que os astros – o Sol, a Lua e as estrelas – pareciam estar 'presos', 'pendurados' ou 'colados'.

   Nós, Testemunhas de Jeová, por exemplo, somos uma organização religiosa que não só 'compreende' equivocadamente este ponto, como também ensinamos essa inverdade às pessoas. Vamos de porta-a-porta, em todas as terras do planeta, portando publicações bíblicas que, dentre os variados assuntos ali abordados, o ensino de que Deus criou o universo ganha destaque especial. Por exemplo, explicando o Salmo em questão, nossa publicação mais conhecida diz:

   “[De] maneira poética, o salmista Davi indicou que os céus visíveis — o sol, a lua e as estrelas — proclamam a glória de Deus. O grande número de corpos celestes, seus movimentos ordeiros e seguros, bem como seu objetivo benéfico, fornecem um grandioso testemunho da existência dum Deus de sabedoria, poder e benevolência. Um Deus que ordenou tão bem o universo visível deve ser infinitamente sábio e poderoso. Quando tomamos em consideração, por exemplo, quão dependente do sol é a vida na terra, temos de concluir que o Criador do sol se importa profundamente com as coisas viventes. Os céus visíveis, por revelarem certas qualidades admiráveis de Jeová Deus, deveras estão proclamando a glória dele.” — A SENTINELA 15 de dezembro de 1979 p. 5.

   Aparentemente com boas motivações, tal 'entendimento' das Escrituras tem, na verdade, desviado o atenção das pessoas para ensinos irreais! Estão, na verdade – quer se dêem conta disso quer não – ignorando completamente a 'regra bíblica de não irem além do que se encontra escrito nela'. Por estenderem 'os céus que Deus criou' ao espaço sideral e mais além, estão ensinando uma irrealidade fantasiosa e isto tem sido prejudicial a todos os que se têm aproximado de Deus para o 'adorarem com verdade'. (1 Coríntios 4:6; Gênesis 1:1; João 4:23, 24) Na verdade, é até um equívoco chamar o universo de céu. Por exemplo: Como descreveram os estudiosos e observadores seculares daqueles tempos “os céus”? Vejamos:

   “O conceito de Aristóteles [(384-322 AEC)] sobre o Universo foi influenciado pelas ideias do matemático e filósofo grego Pitágoras (sexto século AEC). Adotando o conceito de Pitágoras, de que o círculo e a esfera tinham formas perfeitas, Aristóteles acreditava que os céus eram uma série de esferas dentro de esferas, como as camadas duma cebola. Cada camada era feita de cristal, tendo a Terra no centro. As estrelas se moviam em círculos, impulsionadas pela esfera mais externa, a sede do poder divino.” A SENTINELA 01 de abril de 2005 p. 5.

Estas estruturas não podem 'declará a glória de Deus'
   “[Estes observadores e estudiosos] desconheciam a lei da gravitação universal, formulada por Isaac Newton e publicada em 1687. A ideia de que os corpos celestes estão, na realidade, suspensos sobre o nada no espaço vazio lhes era desconhecida. . . . Empédocles, filósofo grego do quinto século AEC, cria que a Terra repousava sobre um redemoinho de vento, sendo este a causa do movimento dos corpos celestes.
   Entre os conceitos mais influentes estavam os de Aristóteles. . . . ele negava que [a terra] pudesse estar suspensa no espaço vazio. Em seu tratado Sobre o Céu, ao refutar a ideia de que a Terra repousa sobre água, ele disse: 'Não é característico da água, tampouco do solo, permanecer em pleno ar: eles precisam ter algo sobre o que repousar.' Aristóteles ensin[ava] que o Sol, a Lua e as estrelas estavam fixos à superfície de esferas sólidas e transparentes. Uma esfera aninhava-se dentro de outra, com a Terra — imobilizada — no centro. À medida que as esferas giravam uma dentro da outra, os objetos nelas contidos — o Sol, a Lua e os planetas — percorriam o céu.
   A explicação de Aristóteles parecia lógica. Se os corpos celestes não estivessem firmemente presos a algo, como poderiam flutuar no espaço? Os conceitos do reverenciado Aristóteles foram aceitos como fatos por cerca de 2.000 anos.
   [Somente] com a invenção do telescópio, os astrônomos passaram a questionar a teoria de Aristóteles. Ainda assim, a resposta lhes fugia, até que Sir Isaac Newton (1642-1727) explicou que os planetas estão suspensos no espaço vazio, mantidos em suas órbitas por uma força invisível: a gravidade. Parecia inacreditável, e alguns colegas de Newton acharam difícil crer que o espaço pudesse ser um vazio, largamente desprovido de alguma substância.” — UM LIVRO PARA TODAS AS PESSOAS, brochura de 1997, p. 18.

   É de suma importância, porém, termos “conhecimento” real e verdadeiro acerca destas coisas. Nossa vida eterna, inclusive, depende disso. (1 Timóteo 2:4; João 17:3) A Bíblia era alheia à existência do universo. Os escritores só sabiam da existência dos céus atmosféricos – a expansão que Deus verazmente criou. O fato é que, de longe, a Bíblia sequer dá a entender que o universo, tal o conhecemos atualmente, existia. Como vimos, os estudiosos antigos, por mais que estudassem, nada sabiam sequer sobre as assombrosas estruturas galácticas. O Universo, portanto, “não declaram a glória de Deus” devido ao fato de que Ele não o criou.

   Assim, aproveito para lançar um desafio salutar a qualquer crente religioso, teólogo e a líderes de igrejas – sim, a qualquer paroleiro deste sistema de coisas: que apontem-me alguma evidência válida para a crença equivocada – porém prestes a ser descartada de vez – de que Deus criou nosso assombroso universo.

   Então, se o universo não é 'céu' e não foi criado por Deus, qual é verazmente os céus que “declaram a glória de Deus”, conforme mencionado no Salmo 19?

Os verdadeiros “céus [que] declaram a glória de Deus”
A 'expansão declara a glória de Deus' - Gn. 1:1; 6-8; Sl. 19:1
   Se atentarmos à leitura novamente do que diz o salmo 19:1 veremos inserido ali a verdadeira e simples verdade. Leiamos na íntegra: “Os céus declaram a glória de Deus; E a expansão está contando o trabalho das suas mãos.” Percebem que o relato associa claramente “os céus” com “a expansão”? Isto por si só deveria nos convencer que as duas coisas estão intimamente relacionadas e que fazem parte de uma única coisa ou estrutura. Por exemplo: No “princípio”, quando Deus “criou os céus”, ele explicou no contexto da narrativa do Gênesis que estes eram o mesmo que a “expansão”. Ou seja: “os céus”, ou “expansão” que Deus criou eram os céus deste planeta; a atmosfera. — Gênesis 1:1; 6-8.

   Ainda não se convenceu? Então leiamos mais um trecho do contexto do salmo, o verso 4, parte c: “Neles colocou uma tenda para o sol” Sim, o relato claramente mostra que neles, isto é, “nos céus”, Deus colocou uma tenda para o Sol”. Poeticamente falando, quando o Sol mergulha abaixo do horizonte, visto da Terra parece entrar numa “tenda”, como que para descansar. Daí o relato arremata com a seguinte verdade: “[O Sol] sai de uma extremidade dos céus e sua volta [completa] vai até as suas [outras] extremidades; e não há nada escondido do seu calor”.

   Sim, aqui, de modo claro e evidente, está a verdade: ao falar das duas “extremidades dos céus” o nascente e o poente o relato bíblico indica claramente os verdadeiro “céus que declaram a glória de Deus”: os céus terrestres, também conhecido como “expansão” ou atmosfera, que envolve nosso planeta. Mesmo neste caso, como demonstrei num estudo anterior, a criação destes céus foram, não de forma literal, pois a atmosfera já existia antes. Foi por reativá-la ou transformá-la que foram 'criadas'. Leia o estudo aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Os Céus predestinam, monitoram e sincronizam tudo e todos. Nada, absolutamente nada, escapa ao império de Deus. E esta inexorável dinâmica parece ser conduzida por um estratério, mistura de estratégia com mistério!...:)