“Deveras,
o segredo sagrado desta devoção piedosa é admitidamente grande: ‘Ele foi
manifestado em carne, foi declarado justo em espírito, apareceu a anjos, foi
pregado entre nações, foi crido no mundo, foi recebido acima em glória.’”
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1 Timóteo 3:16, Tradução do Novo
Mundo das Escrituras Sagradas – Publicada por nós, Testemunhas de Jeová.
Q
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UANDO
o apóstolo Paulo escreveu as palavras acima a Timóteo ele tinha em mente
destacar a “devoção piedosa”, a qual ele destacou como sendo
“admitidamente grande”. Daí, Paulo revela a pessoa do Senhor Jesus — com tudo o
que ele representa — como sendo a própria devoção piedosa em pessoa. Paulo faz
um rápido resumo da vida do Senhor, citando, dentre as particularidades
vivenciadas, que ele “apareceu a anjos”. Quando isso se deu e qual o
significado dessa declaração?
Jesus "apareceu a anjos" - como, quando e quão significativo isto é? |
Para sabermos quando, basta ver que, na
sequência de eventos listados por Paulo, esse ‘aparecer para os anjos’ se deu
após ele ‘ter sido declarado em espírito’ e antes de ter sido “pregado entre as
nações”. Bem, ele ‘foi declarado justo' depois de ter sido ”manifestado em
carne”. Isso nos leva a crer que ele foi declarado ‘justo em espírito’ após
isso e antes de ter sido “recebido em cima em glória”. Ele ‘foi pregado no
mundo’ após pentecostes de 33 EC, quando os discípulos iniciaram a pregação
cristã.
Quando ele foi batizado, ele ‘apresentou-se
para fazer a vontade dos Deuses santos’, tendo abandonado uma vida humana
carnal, para tornar-se o Messias, o Filho espiritual dos Deuses santos na terra.
(Hebreus 10:5-10) Assim, quando estava nas águas para ser batizado, João, o
Batizador, que o batizava, observou o sinal de que ele era o Filho espiritual
de [um dos] Deuses santos. Disse João: “Observei o espírito descer como se
fosse uma pomba do céu; e permaneceu sobre ele. Até então eu não o conhecia, mas
os Mesmos que me enviaram a batizar em água disseram-me: ‘Sobre quem for que
vires descer o espírito e permanecer, este é quem batiza em espírito santo.’ E
eu o vi e dei testemunho de que este é o Filho de [um dos] Deuses.” — João
1:32-34.
A partir de então, esse Filho espiritual,
tornou-se, de uma forma ainda mais especial, o Filho de um dos Deuses santos. O
apóstolo Pedro, confirmando também outra ocasião em que ele foi “declarado
justo em espírito”, disse: “Não, não foi por seguirmos histórias falsas, cuidadosamente
inventadas, que vos familiarizamos com o poder e com a presença de nosso Senhor
Jesus Cristo, mas foi por nos termos tornado testemunhas oculares da sua
magnificência. Pois ele recebeu de [um dos] Deuses, o Pai [dele], honra e
glória, quando pela glória magnificente lhe foram dirigidas palavras tais como
estas: ‘Este é meu Filho, meu amado, a quem eu mesmo tenho aprovado.’ Sim,
estas palavras nós ouvimos dirigidas desde o céu, enquanto estávamos com ele no
monte santo.” — 2 Pedro 1:16-18; Mateus 17:5.
Dado isso, quando foi que
Jesus “apareceu a anjos”?
Quando foi ressuscitado, no terceiro dia
após ser brutalmente assassinado por líderes religionistas invejosos, o Filho “apareceu
a anjos” quando foi até onde se encontravam os anjos que foram presos por terem
cometido crimes na terra nos dias de Jarede, de Enoque, de Metusalém e de Noé.
O escritor de Gênesis, Moisés, ao saber de toda aquela história a partir de
livros vindos desde antes do dilúvio — o livro de Enoque1 figurava
entre os mais importantes — condensou o episódio sobre os anjos e seus crimes
no capítulo 6 de Gênesis. Moisés escreveu: “E aconteceu que, como os homens
começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, Viram
os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si
mulheres de todas as que escolheram.” — Gênesis 6:1-2, Almeida Corrigida e Fiel.
Enoque, por ter preservado a história em
detalhes, vai mais além e aponta que, além de engravidarem as mulheres, alguns
dentre estes “Filhos dos Deuses”, enquanto trabalhavam em terra, ensinaram
iniquidades para a humanidade daquela época. Dentre tais males que fizeram,
figuram os iníquos ensinamentos de Azazyel, um dos “Filhos” sob a chefia de
Samyaza, o líder de todos. (Enoque cap. 7-10) A missão primária para a
permanência desses Filhos em terra era a de servirem a Jeová, os Deuses santos,
quais vigias, ou “Sentinelas” para a humanidade. (Enoque cap. 13) Ficariam em
terra muito provavelmente até a vinda de Noé, o homem que “traria consolo” à
humanidade por conduzi-los ao paraíso, conforme era do propósito dos Deuses.2
Eles todos sucumbiram aos pecados desnaturais, cometeram fornicação — fizeram
das mulheres suas prostitutas particulares — com todas as mais belas, as ‘quais
escolheram’. — Gên 5:29; Judas 6.
Os Deuses santos comissionaram, então, o
santo anjo Miguel, para aprisionarem a todos aqueles Filhos pecadores. Eles
seriam mantidos prisioneiros até o julgamento deles, que se daria num futuro
tão distante que, mesmo nos tempos apostólicos, esse tempo ainda não havia
chegado. Foi, portanto, a estes anjos que o Senhor Jesus “apareceu”. E como fez
isso? Após ser ressuscitado, Jesus ficou ainda por quarenta dias em terra. Hora
‘aparecia aqui’, hora ‘ali’. Por exemplo, ele “apareceu” a Maria Madalena, a ‘dois
discípulos ao andarem’ e “aos próprios onze” discípulos. (João 21:14; 16:9-14)
Por fim, ‘naquele estado’ (TNM), ele
também “apareceu a anjos” — os “espíritos em prisão”. — 1 Pedro 3:19.
Qual o motivo de o Senhor ter
‘aparecido aos anjos’?
Qual foi a razão – ou o significado – de o
Senhor ter ido a uma prisão de Deuses e ‘aparecer’ aos prisioneiros pecadores
ali presentes? Pedro nos informa que Jesus foi ‘pregar’ a eles. E o que teria
Jesus a pregar a esses pecadores “filhos dos Deuses”? Ele tinha 'boas novas de
salvação a pregar a seus irmãos'! Paulo aborda a questão toda importante da
‘reconciliação das coisas celestiais — estes Filhos — com seus Pais’.
(Colossenses 1:20) Pedro, em sua segunda carta, nos informa que eles foram ‘lançados
no Tártaro, entregue a covas de profunda escuridão’ porque ali ficariam ‘reservados
para o julgamento’. (2 Pedro 2:4) Quem os julgarão? O próprio Jesus será o juiz
deles. Também o serão os “santos” cristãos. (João 5:22, 27; 2 Coríntios 5:10;
1Coríntios 6:3) Visto que o Senhor se dispôs a ‘aparecer’ a estes perigosos
prisioneiros, será que eles receberão um julgamento favorável, no “dia do
julgamento”? Já por dois milênios, cristãos de todas as religiões têm declarado
abertamente que eles não merecem o perdão. Acham, inclusive, que aqueles
“espíritos em prisão” tornaram-se os demônios de Satanás e que serão destruídos
numa Geena.
O que, porém, diz a Bíblia, a Palavra dos
Deuses santos? Que eles serão perdoados e reintegrados à família celestial dos
santos Filhos dos Deuses.3 Estas são boas novas a pregar! Ora, será
que teria sentido o Senhor ‘aparecer’ aos seus irmãos só para rir da cara deles?4 É isso o
que pregam, por exemplo, os homens da dianteira de minha religião, os do Corpo
dos Governantes das Testemunhas de Jeová. Estes homens, entretanto, em vez de
se aterem à Palavra santa dos Deuses – confiando Neles — preferem ‘estribar-se
em suas próprias compreensões’. — Provérbios 3:5.
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1 Acompanhe, em A Continela, um
estudo versículo por versículo do livro de Enoque — solicite sua assinatura
através do correlet: acontinela@gmail.com
2 Veja o artigo A Árvore da Vida
em A Continela de junho de 2012.
4
Visto que os do Corpo dos Governantes das Testemunhas de Jeová afirmam
que ‘Jesus foi pregar uma mensagem de condenação àqueles anjos’, subentende que
Jesus ‘apareceu a eles’ só para fazer-lhes inveja — ou ‘rir da cara deles’.
Este tipo de crença, no entanto, é indicativo do quão mau é o ‘homem dominar
outros para o seu [(deles próprios)]prejuízo’. — Eclesiastes 8:9.